03 outubro 2025

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE PRIMÍCIAS NAS ESCRITURAS Por Josimar Salum



O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE PRIMÍCIAS NAS ESCRITURAS 

Josimar Salum 

3 de Outubro de 2025

 

A palavra primícias significa literalmente os primeiros frutos da colheita ou a primeira parte da produção agrícola, animal ou de qualquer provisão que a terra dava. Eram separados para o Senhor, como sinal de gratidão e reconhecimento de que tudo vinha dEle (Êxodo 23:19; Levítico 23:9–14). 


Esses primeiros frutos eram levados ao Templo e entregues aos sacerdotes levitas, pois eles não tinham herança de terras e viviam do serviço do Senhor (Números 18:12–13; Deuteronômio 18:3–5). As primícias não eram uma “oferta opcional”, mas uma ordenança da Lei de Moisés para Israel, ligada ao ciclo agrícola da terra prometida.


No entanto, quando chegamos ao Novo Testamento, não encontramos nenhum mandamento que ordene aos discípulos de Jesus oferecerem primícias a apóstolos ou pastores. 


A palavra “primícias” não é usada no sentido de oferta, mas no de primeiro: Cristo é chamado de as primícias dos que dormem, os primeiros a ressuscitar (1 Coríntios 15:20), e os crentes são chamados de primícias de Deus, separados para Ele (Tiago 1:18; Apocalipse 14:4). Isso mostra que o foco não está mais em produtos agrícolas ou entregas materiais, mas na revelação em Cristo.


Quanto ao sustento de apóstolos, pastores e mestres, as Escrituras ensinam que os que anunciam o Evangelho devem viver do Evangelho (1 Coríntios 9:13–14). Esse sustento, porém, não vem de primícias, mas de ofertas voluntárias, generosas e cheias de amor, conforme cada um propõe no coração, não por obrigação, mas com alegria (2 Coríntios 9:7). O padrão apostólico é o da generosidade livre, da partilha entre irmãos (Atos 2:44–45) e do cuidado dos necessitados (Gálatas 6:6–10), não o de leis ou imposições da antiga aliança.


Portanto, não existe base bíblica para ensinar que discípulos de Jesus devam entregar primícias a líderes eclesiásticos. 

Essa prática pertenceu à Lei de Moisés e ao ministério levítico, e não à Igreja de Cristo. 


O que a Palavra de Deus ordena aos discípulos é viverem em generosidade, em partilha e em ofertas espontâneas para a obra do Evangelho e para o socorro dos santos.


#ASONE

08 agosto 2025

A MENSAGEM COMPLETA DO REINO DE DEUS: O EVANGELHO SEGUNDO JESUS E OS APÓSTOLOS por Josimar Salum

 


A MENSAGEM COMPLETA DO REINO DE DEUS: O EVANGELHO SEGUNDO JESUS E OS APÓSTOLOS


Josimar Salum – 8/8/2025


“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino de Deus.”

— Marcos 1:15


Essa foi a primeira proclamação de Jesus — e continua sendo o fundamento da mensagem do Evangelho.


Mas será que essa frase resume toda a mensagem do Reino de Deus?

Afinal, o que é o Evangelho do Reino? Ele é diferente do evangelho da graça, da salvação ou da paz? E será que a pregação moderna, centrada quase exclusivamente na salvação individual, é suficiente?


Que outro fundamento pode haver, senão Jesus Cristo, para aqueles que creem no Evangelho?


“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.”

— 1 Coríntios 3:11


Neste estudo, examinaremos essas perguntas à luz do Novo Testamento, demonstrando que o Evangelho do Reino é a mensagem plena de Jesus e dos apóstolos, e que todas as outras expressões do Evangelho — graça, salvação, paz, glória — estão contidas nessa mesma boa notícia: Deus reina em Cristo Jesus e está estabelecendo Seu governo sobre todas as coisas.


O EVANGELHO É O EVANGELHO DO REINO


A palavra “evangelho” (euangélion) significa “boa notícia”. A pergunta é: boa notícia de quê?De acordo com Jesus, a boa notícia é que o Reino de Deus chegou:


“O tempo está cumprido, e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.”

— Marcos 1:15


Essa declaração contém três elementos fundamentais:


1. O Reino chegou


Deus, que reina desde a eternidade (Salmo 93:1–2; 103:19), manifestou Seu Reino entre os homens por meio de Seu Filho. Com a vinda de Jesus, esse Reino eterno tornou-se visível, pessoal e acessível. O Filho — resplendor da glória do Pai e agente da criação (Hebreus 1:1–3; Colossenses 1:13–17) — se fez homem para estabelecer o domínio de Deus na terra.


A chegada do Reino não marca o início do reinado de Deus, mas sim sua manifestação histórica e encarnada em Jesus Cristo, o Rei. Ele veio anunciar, revelar e inaugurar a nova ordem divina entre os homens.


“Mas, nos últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem também fez o mundo.”

— Hebreus 1:2


2. Arrependimento


Não se trata apenas de uma mudança de comportamento, mas de uma profunda transformação de mente, coração e direção.


A palavra grega metanoia descreve uma reorientação radical que rompe com o velho modo de viver e reconhece o governo de Deus. Arrepender-se é abandonar o próprio domínio, renunciar à autonomia e render-se voluntariamente ao senhorio de Jesus. É o primeiro passo de submissão ao Reino e o início de uma nova vida sob Sua autoridade.


3. Fé no Evangelho


Crer no Rei Jesus, confiar em Sua obra redentora, submeter-se ao Seu governo e obedecer à Sua palavra como expressão verdadeira de fé.


“A graça e o apostolado, para obediência da fé entre todas as nações…”

— Romanos 1:5


Essa é a essência da mensagem de Jesus desde o início. Ele não veio simplesmente oferecer um escape do inferno, mas anunciar a chegada do Reino com um Rei, um povo e um governo eterno.


OUTROS NOMES DO EVANGELHO NO NOVO TESTAMENTO


No Novo Testamento encontramos diversas expressões que se referem ao Evangelho, cada uma destacando um aspecto complementar da mesma mensagem:


Evangelho do Reino — Mateus 4:23; 9:35; Lucas 4:43; 8:1


Evangelho da graça de Deus — Atos 20:24


Evangelho da salvação — Efésios 1:13


Evangelho da paz — Efésios 6:15


Evangelho eterno — Apocalipse 14:6


Evangelho de Cristo — Romanos 1:16


Evangelho de Deus — Romanos 1:1


Evangelho do Filho de Deus — Marcos 1:1


Evangelho de nosso Senhor Jesus — 2 Tessalonicenses 1:8


Evangelho da glória de Cristo — 2 Coríntios 4:4


Meu evangelho — Romanos 2:16; 16:25


Essas expressões não se referem a evangelhos diferentes, mas revelam a riqueza da mesma boa nova: o Reino de Deus chegou por meio de Jesus Cristo.


PREGAR O EVANGELHO É PREGAR O REINO


Pregar o Evangelho não é apenas dizer que “Jesus salva”, mas anunciar que o governo de Deus foi estabelecido em Jesus, o Rei, e que todos são chamados a se submeter ao Seu domínio.


Essa era a pregação de Jesus — e também a dos apóstolos:


“Também é necessário que eu anuncie às outras cidades o Evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado.”

— Lucas 4:43


“E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o Evangelho do Reino…”

— Mateus 9:35


“Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam…”

— Atos 8:12


“E agora, eis que sei que todos vós, por entre os quais andei, pregando o Reino de Deus, não vereis mais o meu rosto.”

— Atos 20:25


“Pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.”

— Atos 28:31


Os apóstolos não separavam salvação do Reino, nem graça da autoridade de Jesus. Eles anunciavam o senhorio de Cristo, o arrependimento, a fé, a cruz, a ressurreição, o juízo e a nova vida sob o governo de Deus.


UM “EVANGELHO” SOMENTE DE SALVAÇÃO É INCOMPLETO


Muitos hoje reduzem o Evangelho a uma fórmula antropocêntrica:


“Jesus morreu por você para te levar para o céu.”


Esta afirmação não expressa a  mensagem de Jesus e dos apóstolos. Jesus morreu, sim — mas para salvar o homem dos seus pecados, reconciliá-lo com Deus e restaura-lo ao Seu propósito eterno no Reino.


“E ela dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”

— Mateus 1:21


“Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras…”

— 1 Coríntios 15:3


“…sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, conforme a esperança da vida eterna.”

— Tito 3:7


salvação é parte do Evangelho, mas não é o todo. Ela é fruto da proclamação do Reino, cujo centro é o Rei e Seu governo.


“O tempo está cumprido, e é chegado o Reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.”

— Marcos 1:15


O EVANGELHO É A PREGAÇÃO DO ARREPENDIMENTO PARA A REMISSÃO DOS PECADOS.


Jesus determinou que “em Seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados a todas as nações” (Lucas 24:47). 


A Escritura afirma que “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3:20). Por isso, a mensagem do Reino inclui a proclamação da santa e justa exigência de Deus, revelada na Sua lei, que expõe nossa verdadeira condição diante dEle. A lei é “o nosso tutor, para nos conduzir a Cristo” (Gálatas 3:24), pois “eu não teria conhecido o pecado, senão por meio da lei” (Romanos 7:7).


A pregação fiel do Evangelho do Reino não suaviza a gravidade do pecado nem omite a lei de Deus. Pelo contrário, ela confronta o homem com a justiça do Rei, chamando-o ao arrependimento sincero e à fé nEle. Só então alguém pode receber a remissão dos pecados e ser entrar no Reino como um filho nascido de Deus, transformado e reconciliado com o Pai.


Pregações centradas apenas na “salvação individual” tendem a ser:


Antropocêntricas — colocam o homem no centro, em vez do Rei.


Emocionais — apelam ao sentimento, sem exigir arrependimento e transformação.


Superficiais — ignoram a cruz, a obediência e o discipulado.


Desconectadas do Reino — prometem bênçãos sem submissão ao senhorio de Cristo.


SALVAÇÃO E DISCIPULADO: UM CHAMADO INDISSOCIÁVEL


No ensino de Jesus, o chamado à salvação nunca esteve separado do chamado ao discipulado.


Ele não ofereceu uma salvação baseada em crença mental ou decisão momentânea, mas exigiu arrependimento, fé, renúncia e obediência como respostas concretas à Sua palavra:


“Por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”

— Lucas 6:46


“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.”

— Lucas 14:33


A salvação oferecida por Jesus é dom gratuito da graça, mas exige entrega total da vida. Crer em Jesus é obedecê-lo. Segui-lo é a evidência de que cremos. Ele é o Salvador dos que lhe obedecem:


“E, sendo ele consumado, veio a ser causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.”

— Hebreus 5:9 


“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.”

— Mateus 7:21


O EVANGELHO DO REINO EXIGE DISCÍPULOS — NÃO APENAS CONVERTIDOS.


O chamado de Jesus não foi apenas para crer, mas para segui-lo com renúncia e obediência. Ele nunca separou fé de discipulado. Desde o início, os que criam eram chamados discípulos.


“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me.”

— Lucas 9:23


“Fazei discípulos de todas as nações… ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado.”

— Mateus 28:19–20


OBEDIÊNCIA: FRUTO DA SALVAÇÃO, NÃO SUA CAUSA


A obediência não é o meio pelo qual alguém alcança a salvação, mas é a evidência de que a salvação ocorreu. Não somos salvos por guardar mandamentos ou por realizar boas obras, mas pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8–9). No entanto, essa fé que salva é viva, transformadora e manifesta-se em obediência. A mesma graça que nos salva também nos educa a renunciar à impiedade e a viver de forma justa, sensata e piedosa (Tito 2:11–12).


Jesus é claro: Ele é o Salvador daqueles que lhe obedecem (Hebreus 5:9). A obediência, portanto, não é um acréscimo opcional à fé, mas o seu fruto natural. Aqueles que dizem crer, mas vivem em desobediência, estão se enganando. “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 João 2:4). A salvação não é alcançada pela obediência, mas a salvação que não produz obediência é falsa.


Crer em Jesus é mais do que aceitar fatos sobre Ele; é render-se ao Seu senhorio.Crer não é apenas acreditar que Ele existiu, morreu e ressuscitou. É submeter-se voluntariamente ao seu governo, reconhecer Sua autoridade e obedecer-Lhe como Rei em um relacionamento pessoal com Ele. Por isso, o Evangelho do Reino não pode ser reduzido a uma promessa de perdão — e muito menos à ideia popularizada de “ir para o céu”.


O Evangelho de Jesus não oferece nenhuma promessa de herança celestial nos moldes do imaginário religioso cristão. O Evangelho é o anúncio de que o Rei reina. Ele não nos convida a aceitar uma doutrina, mas a render nossa vida a Ele em arrependimento, fé obediente e transformação contínua.


A resposta legítima a essa boa nova é arrependimento verdadeiro, fé viva e viver uma vida de discípulo. Não obedecemos para ser salvos; obedecemos porque fomos salvos,transformados pela graça e transferidos do império das trevas para o Reino do Filho amado(Colossenses 1:13).


Jesus nunca prometeu o céu como destino final. A promessa é a vida eterna — conhecer a Deus e viver sob o Seu domínio agora e para sempre (João 17:3). 


“E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

— João 17:3


A salvação não é um bilhete para o céu, mas o chamado para andar como filhos obedientes no Reino de Deus.


Crer no Evangelho do Reino é submeter-se ao Rei. O verdadeiro discípulo não vive para si mesmo. Ele obedece, carrega a cruz diariamente, renuncia a tudo o que tem e segue a Jesus com total rendição.


“E, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser causa de salvação eterna para todos os que Lhe obedecem.”

— Hebreus 5:9


O Evangelho do Reino opera transformação e perseverança. Não busca decisões emocionais, mas uma vida inteira de obediência.


A ENTREGA DO REINO AO PAI


O apóstolo Paulo afirma que chegará o momento em que Jesus Cristo, tendo vencido todos os inimigos e reinado até que toda autoridade contrária a Deus seja destruída, entregará o Reino ao Pai. Está escrito:


“Depois virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e houver aniquilado todo império, e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés… e quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.”

— 1 Coríntios 15:24–28


Essa entrega do Reino não é uma cessação do governo de Cristo, mas a consumação do propósito de Deus: reconciliar tudo em Cristo e, por meio Dele, restaurar todas as coisas ao Pai. A missão do Filho como o Rei-Messias é completa quando todo domínio rebelde, inclusive a morte, for vencido. O Reino então é entregue à sua origem e fim: Deus Pai.


Jesus reina agora e reinará até que o último inimigo, a morte, seja destruído. Ele já recebeu todo o poder no céu e na terra (Mateus 28:18), e está à destra de Deus até que os seus inimigos sejam postos por estrado de seus pés (Salmo 110:1; Hebreus 10:12–13). No fim, o Filho glorificará o Pai não apenas com palavras, mas com o Reino totalmente restaurado e em perfeita submissão, “para que Deus seja tudo em todos.”


Esse é o desfecho glorioso da história da redenção: o governo de Deus plenamente restaurado, todas as coisas reconciliadas em Cristo, e o Reino entregue ao Pai como fruto da obediência perfeita do Filho. O Evangelho do Reino não termina na salvação do homem, mas na exaltação de Deus sobre tudo e em todos.


A OBEDIÊNCIA DO FILHO É A OBEDIÊNCIA DOS FILHOS   


Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo não apenas para morrer por nossos pecados, vivendo em perfeita obediência ao Pai. Sua vida inteira foi marcada pela submissão total à vontade de Deus. Ele não buscou fazer a sua própria vontade, mas a do Pai que o enviou (João 6:38). Sua obediência foi plena, até a morte, e morte de cruz (Filipenses 2:8).


No entanto, a obra do Filho não se encerra em sua obediência pessoal. Ele veio para gerar filhos semelhantes a Si — muitos irmãos que compartilham da mesma natureza e vivem na mesma obediência. Por isso está escrito:


“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos.”

— Romanos 8:29


O Reino de Deus não é formado por convertidos que apenas confessam, mas por filhos que obedecem. O Evangelho do Reino exige não apenas fé com os lábios, mas rendição prática à vontade de Deus. É por isso que Ele mesmo afirmou:


“Aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, e irmã, e mãe.”

— Mateus 12:50


A verdadeira evidência de que pertencemos ao Reino é que vivemos como cidadãos do Reino — obedientes, transformados, comprometidos com o governo do Rei. Jesus é o Salvador de todos os que lhe obedecem (Hebreus 5:9), e essa obediência não é fruto da força humana, mas da nova vida gerada por Deus no coração daqueles que nasceram do alto.


Assim, a obediência do Filho se consuma na obediência dos filhos. É através da submissão alegre e voluntária dos que foram feitos nova criação que o Reino se manifesta sobre a terra. Obedecer é reinar com Cristo; negar-se a si mesmo é seguir o Rei.


A promessa do Reino é para aqueles que fazem a vontade do Pai. E a missão de Jesus só estará plenamente concluída quando o Reino estiver cheio de filhos obedientes, semelhantes ao Filho, para que Deus seja tudo em todos.


OBEDECER É REINAR COM CRISTO 


Obedecer é reinar com Cristo; negar-se a si mesmo é seguir o Rei. Essa não é uma promessa distante de um reinado milenar futuro, mas uma experiência presente e contínua de submissão ao governo de Deus, vivida agora — em Cristo, com Cristo e por meio Dele.


O apóstolo Paulo afirma que, “pela abundância da graça e o dom da justiça”, reinamos em vida por um só, Jesus Cristo (Romanos 5:17). Isso não se refere a um trono terreno ou a um domínio político, mas ao exercício do governo de Deus na vida daqueles que foram libertos do império das trevas e transportados para o Reino do Filho do Seu amor (Colossenses 1:13). Reinar com Cristo é viver sob Seu senhorio e manifestar esse Reino por meio de uma vida de justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17).


Negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Jesus (Lucas 9:23) é a única maneira de caminhar com o Rei. A cruz não é um símbolo de sofrimento ocasional, mas de morte para a própria vontade. A obediência a Cristo é o caminho do verdadeiro reinado com Ele.


O Reino de Deus não é apenas futuro — Ele chegou. A autoridade do Rei já se manifesta nos que creem, obedecem e permanecem em Cristo. Aqueles que vivem em submissão à Sua vontade reinam em vida, mesmo em meio às tribulações, pois já estão assentados com Ele nas regiões celestiais (Efésios 2:6).


Por isso, a promessa de reinar com Cristo não se limita à escatologia: é o testemunho de uma vida rendida hoje. E ao final, sim, reinaremos com Ele em glória. Mas só reinará com Ele no fim aquele que já O reconhece como Rei agora.


“Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará.”

— 2 Timóteo 2:12


“Ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações.”

— Apocalipse 2:26


Reinar com Cristo é participar do Seu governo hoje, como filhos obedientes, vivendo para a glória do Pai.


A MENSAGEM COMPLETA DO EVANGELHO DO REINO INCLUI:


1. A chegada do Reino — Deus reina por meio de Cristo (Marcos 1:15)


2. A identidade do Rei — Jesus é o Filho de Deus, exaltado (Atos 2:36)


3. O chamado ao arrependimento e fé (Lucas 13:3; João 3:3)


4. A cruz e a ressurreição (1 Coríntios 15:1–4; Apocalipse 1:5)


5. O discipulado (Mateus 28:19–20)


6. A missão às nações (Mateus 24:14)


7. A esperança eterna (Apocalipse 11:15)


Pregar apenas “a salvação” ou apenas “a graça” sem o Reino é como oferecer o perdão de um Rei sem mencionar Sua coroa, Sua cruz e Seu trono. O Evangelho que Jesus e os apóstolos pregaram é o Evangelho do Reino. Nele estão contidos todos os demais aspectos: a graça, a salvação, a paz e a vida eterna. 


“O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.”

— Marcos 1:15


É tempo de pregar e ENSINAR somente o Evangelho do Reino — como Jesus e os apóstolos pregaram e ensinaram — com arrependimento, fé, cruz, obediência, poder e esperança.


#ASONE